O Farol

As ondas rebentavam nas rochas.
Algumas, as mais persistentes, conseguíam entrar na baía
e tocar levemente os poucos barcos que aí descansavam.
A praia vazia espreguiçava-se ao sol da manhã e
as palmeiras projectavam as suas sombras pela areia.

Numa elevação, a pousada abandonada resistia com dificuldade ao passar dos anos e das intempéries.
Sentia-se triste e vazia. Os caminhos deixaram de passar por ali.

Só o farol permanecia imperturbável, lá no alto dos rochedos, sozinho.
Podia ter ido embora, como todos os que abandonaram a baía.
Mas escolheu ficar. Achava que o seu trabalho era demasiado importante:
Iluminar o caminho, avisar quem por ali passava para ter cuidado e não afundar.

E mesmo depois de todos o terem abandonado, ele ali ficou,
de pé, a observar o mar.



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