O medo (é fruto da nossa imaginação)

Todos nós temos medo de alguma coisa.
Daquilo que não compreendemos, daquilo que nos intimida,
de tudo o que nos faz frente.

Não tenho medo de muitas coisas.
Já tive, mas o tempo ajudou-me a superar.
Penso que à medida que ele vai passando (o tempo, claro)
as interacções sociais e a aprendizagem
vão fazendo com que se superem e esqueçam os
medos que começam na infância.

No entanto os que ainda tenho deixam-me fragilizado.
Não sei se será a palavra certa mas é como me sinto.
Incapaz de reagir em determinadas situações
por medo das consequências mas, principalmente,
das reacções de algumas pessoas.

E não gosto de me sentir assim.
Se me perguntarem se já fiz alguma coisa
para contornar esta situação
vou ter que responder que não.

Vou apenas adiando as minhas decisões.
Por medo.

Há alguns dias, em conversa com uma amiga muito especial,
ela dizia-me que eu não deixava transparecer aquilo que sentia.
Que independentemente daquilo que estava a sentir me mostrava
sempre aparentemente imperturbável. Não se conseguia perceber
se estava triste ou alegre, com ou sem problemas....

É um dos meus erros, mas sou assim porque não gosto
de "partilhar" os meus problemas com os outros.
E ao longo dos anos fui aprendendo a gerir o meu mundo,
sem a interferência de terceiros e sem deixar transparecer os meus problemas.

Ganhei e perdi ao fazê-lo.

Ganhei autonomia e capacidade para resolver as coisas sozinho.
Ganhei porque deixei de ter medo de algumas coisas que me intimidavam.

Mas também perdi...
Perdi a possibilidade de aprender com outras pessoas
(porque duas cabeças pensam melhor que uma e as experiências
combinadas podem dar resultados muito melhores).
Perdi a capacidade de partilhar momentos e situações.
Provavelmente perdi mais que aquilo que ganhei.

O conselho que deixo, baseado na minha parca experiência,
é que devemos partilhar, pelo menos com algumas pessoas,
os nossos medos e receios. Por vezes é bom ter o apoio de
alguém para superar aquelas etapas mais difíceis.

Fazê-lo sozinho é perder parte da nossa experiência de vida.

2 comentários:

Anónimo disse...

Hoje encontrei o seu blog, e adorei este texto porque me identifiquei demasiado com ele! Quem me dera saber transmitir os meus sentimentos de forma tão leve e profunda. Os meus parabéns...

Lenin aka JR disse...

Muito Obrigado.
E ainda bem que este texto serviu para que mais alguém se idntificasse com a situação. E se o conselho for útil e aplicável tanto melhor. ;)

Saudações Cordiais.
João