...Mensagem de Natal 2013...

 
Para todos os que lêem este Blog, e também para os que não lêem porque eu não sou de discriminar ninguém, deixo-vos com uma atípica mensagem de Natal para não quebrar a tradição que, apesar de já não ser o que era não vamos agora parti-la para não ter que andar a varrer os cacos. É mais um para a colecção e o primeiro a completar a caderneta dos cromos ganha um rebuçado (sujeito a confirmação de stock).
 
Numa análise à mensagem implícita poderíamos especular sobre a intenção do autor ao afirmar que as tartarugas podem voar. Alguém ao ler o título disse que podia ser o resultado de algo que se tenha inalado que podia estar nas melhores condições… estou inclinado (não literalmente) a dar-lhe razão.
 
Mas para fugir ao espírito consumista da época e ao revivalismo de uma crise anunciada, foquemos as nossas atenções nas expectativas de prosperidade e na probabilidade de sermos, um dia, detentores do talão com os números certos do sorteio do euromilhões.
 
 
 

Já não há luz... ao fundo do túnel

Somos a nação dos desajustados e incompreendidos....

Refiro-me aos políticos... dejasustados da realidade de um país asfixiado e sem nenhuma garrafa de oxigénio à vista... e incompreendidos porque estão apenas a apresentar a sua versão daquilo que é a austeridade, aquela que não se aplica a eles e que vai servindo os interesses daqueles que detêm o capital e vão puxando os cordelinhos das marionetas e encaixando muitos proveitos com a desgraça de uns miseros e miseráveis 10 milhões de pessoas que se vão deixando levar pacificamente ao sabor das correntes oceânicas que nos vão levando aos poucos a independência e a autonomia e que nos deixam mirrados e cheios de sede com um oceano de oportunidades aos nossos pés.

Neste momento, e falo em nome de muitos mais e não apenas da minha insignificante pessoa, sinto-me como se estivesse num túnel... daqueles túneis ferroviários esquecidos numa das linhas desactivadas pela incompetência e ganância de gestores bem pagos... esse túnel foi construído em tempos que a mão-de-obra era nossa, e que a troco de alguns trocos e de promessas de globalização se iam construindo... diziam que ligava o interior ao litoral e servia para escoar a produção e aproximar as pessoas. O que é certo é que hoje ainda existem pessoas que ficaram esquecidas do outro lado do túnel e nunca chegaram a ver o progresso e as promessas que estavam deste lado.

E mesmo que entrem nesse buraco escuro e frio onde outrora passavam as máquinas do progresso já não conseguem visualizar a luz... aquela que brilhava ao fundo e nos permitia caminhar, caminhar muito, mas que prometia algo, o atingir de um objectivo. Hoje o túnel existe, mais comprido, igualmente escuro e frio, mas sem luz. E por mais que se caminhe e tropece em carris tortos e travessas apodrecidas de progressos passados, parece sempre que vamos para lado nenhum. E sem uma meta, ou uma luz que nos sirva de guia lá bem ao fundo, vamos acabar por caminhar sem destino e eventualmente morrer. Tristes e sós na escuridão. Espero que no dia em que a luz se voltar a acender ou o sol se erguer e iluminar a saída já esquecida ainda restem alguns de nós capazes de caminhar.


 


Imagem retirada daqui.

Mensagem de Natal [2010]

A todos os que ainda visitarem esta desactualizada esquina da Internet, aqui fica a minha mensagem de Natal para 2010.



Escrito a Lápis

Caros leitores,
Deixo-vos com a minha mensagem de Natal para 2009.
"Escrito a Lápis"

A rua estava deserta. Os candeeiros deixavam uma luz ténue reflectir-se nas poças de água deixadas pelas últimas horas de chuva. Agora que a noite caiu, o vento frio empurra os mais resistentes para casa. Só uma pessoa se recusa a ceder.

Olho para ele tentando perceber a sua idade... mas a idade perdeu-se nos cabelos brancos e nas rugas parcialmente escondidas pela barba de vários dias. Parece intemporal, como as árvores centenárias que resistem no pequeno jardim. Pergunto-lhe porque não vai para casa. O seu olhar perdido indica-me um casebre em ruínas. Implicitamente percebo que a diferença é pouca.

Partilhamos um pacote de bolachas em silêncio. Tudo o que tinha comigo que valia a pena partilhar.

A sua voz rouca apenas me disse, antes de me trocar pelo desconforto do casebre, que não vale a pena escrever a lápis aquilo que não se pode apagar. E perante a minha expressão confusa, apenas acrescentou - a vida.
When King Lear dies in Act 5, do you know what Shakespeare has written? He's written, "He dies". That's all, nothing more. No fanfare, no metaphor, no brilliant final words. The culmination of the most influential work of dramatic literature is: "He dies". It takes Shakespeare, a genius, to come up with "He dies". And yet every time I read those two words, I find myself overwhelmed with dysphoria. And I know it's only natural to be sad, but not because of the words "He dies", but because of the life we saw prior to the words. I've lived all five of my acts, Mahoney, and I am not asking you to be happy that I must go. I'm only asking that you turn the page, continue reading... and let the next story begin. And if anyone ever asks what became of me, you relate my life in all its wonder, and end it with a simple and modest "He died".

Dustin Hoffman in
Mr. Magorium's Wonder Emporium (2007)


... and maybe this is just what I want for me.

2009


O ano acaba... com os reflexos das luzes da cidade aprisionados nos charcos deixados pela fria chuva de Inverno. 


Saio de casa porque não quero ficar sozinho. Sempre que olho à minha volta vejo todo o espaço que está ainda por preencher. Preciso de (me) esquecer.

Resignado, desço a avenida devagar... sem pressa. 

Afinal, com o cair da noite, as nuvens já não parecem tão assustadoras. 

Estranhos passam por mim. Sozinhos, perdidos nos seus pensamentos. Fico com a ideia de que também eles não têm para onde ir e se limitam a vaguear... à espera de encontrar algo... ou alguém com quem partilhar mais uma noite.


Sigo, misturado com as sombras, por entre sentimentos e pensamentos.


No largo, junto à estátua, um pequeno grupo de estranhos reúne-se para a última refeição à porta de uma carrinha de uma instituição social. São eles os donos da cidade... aqueles que se escondem durante o dia e vivem durante a noite, guardando os cantos escuros com a sua presença. 


Passo por eles e oferecem-me o que comer. Não tenho fome. Mas aceito ficar. É estranho perceber que quem menos tem é quem mais se dispõe a partilhar. E aqui partilha-se tudo. A escassa refeição, que é por vezes a única do dia. As experiências de uma vida que já foi boa. O últimos resquícios de humanidade que ficaram depois de tudo o resto se ter pedido. Pouco depois a carrinha abandona-nos. Deixam-nos com votos de um futuro melhor. O grupo dispersa. A data tem tanto de simbolismo como de miséria e os cantos escuros já ficaram sem vigilância por tempo demais.


Continuo a caminhar para lado nenhum. 

Chego ao rio, já bem perto da hora da mudança. Já lá estão grupos de pessoas à espera da contagem decrescente. Garrafas de espumante e copos de plástico. A alegria nos rostos de quem me rodeia é, também ela, de plástico. Fazendo os possíveis por esquecer o quão mau foi o ano anterior e tentando optimisticamente pensar num futuro melhor. 


Chega a hora. O fogo de artifício brilha nos céus da cidade. Os copos de plástico enchem-se. E comemora-se... só não percebo o quê. 


Comem-se as passas. Salta-se de uma cadeira. Sucedem-se superstições e cumprimentos disparados aleatoriamente para amigos e desconhecidos.


E assim começamos mais um ano. Com os bolsos cheios de desejos e expectativas. A chuva, que entretanto começa a cair, espalha alguns salpicos de ambição. E fazemos promessas. Promessas que por vezes nem pensamos cumprir... mas fazemos porque fica bem e porque temos que nos convencer que essa seria a postura certa para uma realidade ideal.


E daqui a um ano vamos estar ali, uma vez mais. Com mais desejos e mais expectativas. A partilhar a mesma alegria de plástico... e a comemorar. 


And this is the day when it all begins... again.



The Story


"All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you..."

Brandi Carlile - The Story


But the story have not yet been told. Because the person that should listen have not yet been found. And all of these lines, that scream across my face, would still be here, in silence... waiting for you.  



Definitely, Maybe


This is how you fall in love in New York...
...and how you can always get yourself a happy ending.

 
See the movie if you want to know more.

Ordinary people (sometimes) do extraordinary things

We everyday see regular people, anonymously cruising our lives.
Sometimes we don't even imagine what they can do.
We are special, at least most of us.... I'd like to think so.

It's not about being super-heroes, lifting cars or stopping bullets with your hands. It's not about stopping time or travel through space.
It's about leaving your personal mark in the world.
Through what you do, what you say, people you help become better in every aspect of their lives.

I am fortunate to say that I am surrounded by people, each of them special in their own way. And that, everyday, I learn new things with them, simple things perhaps but, at the end of the day, the sum of all those simple and small gestures make the world a better place to live.

Maybe we are not going to end war or stop hunger.
Maybe we are not going to make everyone happy.
Maybe the change is so imperceptible that you wouldn't even notice it. But it's a start. We should always start somewhere, right? Baby steps towards perfection.

Ordinary people do extraordinary things.
That's what I'd like to think.


Nota: Este texto é dedicado à Nuvem e a todos os meus amigos.

SuperBlog Awards

Eu não queria mas fui obrigado, a sério.

Até me ameaçaram e tudo... ah e tal, se não concorreres ficas uma semana sem comer pudim e a única coisa que vais poder ver na televisão nos próximos seis meses é o Extreme Makeover do People+Arts.

Se fosse só pelo facto de ter que fazer uma Pós-Graduação intensiva em "Construção Civil e Decoração de Interiores - um estudo do impacto das cores utilizadas com as alterações climáticas e sua inter-relação com a vida das tartarugas nas ilhas Galápagos", ainda era capaz de suportar... agora uma semana sem pudim, isso é muita maldade, até para mim.

Portanto se alguém se quiser dar ao trabalho de votar em mim eu depois pago uma Sagres... ooops... peço desculpa pelo engano... uma SuperBock (Oferta válida por um período determinado que não vou especificar, salvo erro tipográfico ou ruptura de stock. Esta promoção está sujeita a alterações sem aviso prévio).


 

Leaving

"When you're gone, all that's left behind are the memories you created in other people's lives."

                                          in My Blueberry Nights (2007)

 

 

Por vezes penso que gostaria de ter passado pela vida de certas pessoas de uma maneira diferente, mais marcante. Como se a simples presença não fosse suficiente. Como se essa presença precisasse de algo mais para se afirmar, para ficar gravada na vida, para eventualmente se transformar numa memória.

 

 

 

Enquanto Dormias



Ontem, enquanto dormias tranquilamente,
Entrei no teu peito e, com cuidado, roubei-te o coração...
Eu sei, deveria ter pedido para entrar.
Mas tive medo que recusasses...

E, afinal, tu também levaste o meu sem me avisar...



Não gosto de o fazer... roubar... o que não é meu. Usurpar sem pedir permissão. Foi por isso que pedi à Nuvem que me deixasse publicar este texto. Mas só desta vez. Só porque é bom demais para não ser partilhado. A versão original pode ser encontrada aqui: http://a-minha-nuvem.blogspot.com/. O meu Muito Obrigado à autora ;)

Turtles Can Fly

Subi, até ao cimo da montanha mais alta,
acima das nuvens e dos pensamentos.
Senti, o ar frio onde a vida é escassa.
 
Percorri campos de milho dourado pelo sol,
salpiquei os pés descalços com a água limpa de um riacho,
perdi-me em bosques impenetráveis de sombras e medos
e atravessei fronteiras imaginárias.
 
Naveguei oceanos, sobrevoei civilizações.
Conheci pessoas fantásticas, diferentes.
Partilhei, sensações e emoções.
 
Contemplei um último pôr-do-sol numa praia deserta.
Deixei que a lua me fizesse companhia durante a noite.
Deixei que a chuva escondesse as minhas lágrimas.
Deixei que o vento me levasse e mostrasse o caminho.
 
E só então soube o que é ser livre.
Só então aprendi a ser feliz.
 
"I'm just a small turtle, but I can fly...
...and in my thoughts, I'm free."
 
 
Nota: Esta é a minha primeira contribuição para o projecto Arcádia XXI.
 
 

Arcádia XXI

Este é um Blog de partilha de experiências e apresentação de artistas em ascensão.
Vamos lá a participar...




What's the best thing that ever happened to you?

When you try to answer
and nothing comes out.

When you have spent all your life as one,
a single entity,
surrounded by nothing more than oblivion
and empty walls of silence.
When you think you had too much
but, at the end, you had nothing at all.

You look back and see:
a life of opportunities that you have missed,
all the things that you haven't done,
all the words that were left unsaid.
That time has passed by,
and you had no one to hug and to dry your tears.

You then sit, on a distant corner of your life,
looking to the space on the other side of the hall,
and cry...
...alone.

Listening to: Everybody Hurts - DJ Sammy feat. Nyah

Believe (in Love)

"I used to believe... and now i believe even more."

Sim. Disseram-me que o céu era azul e que a água era molhada. Disseram-me que os átomos eram inquebráveis e que o sol brilha todos os dias.

Mas o céu nem sempre é azul e nem sempre o sol brilha. E, por vezes, quando tentamos muito, até os átomos se partem.

Disseram que o amor existe, que é tangível, visível e até mesmo palpável.

Eu acreditei, e ainda acredito. Talvez por querer que assim seja ou por ser demasiado ingénuo e pensar que ninguém me ia querer enganar.

Acredito que sou apenas células e tecidos e órgãos. Mas sou também algo mais. Aquilo que a biologia e a anatomia não conseguem explicar. Porque o coração não é só um músculo e só bate porque sente, quando o desejo define a necessidade. E o coração é alma que não esquece. E continua a bater apenas porque é tocado por gestos e palavras... que me beijam, que me abraçam e por algumas que insistem em bater e deixar cicatrizes profundas.

Acreditei e ainda acredito. Porque sinto...

Este texto foi escrito como "resposta" ao post da Sininho que pode ser encontrado aqui

Something to fight for...

When you have just lost everything you had,
and when you have nothing else to fight for,
what are you going to fight about?

Would you find anyone else,
or just quit fighting at all?

Live (leave) the Dream

 
Todos nós temos ambições, esperanças... sonhos.
Todos nós queremos algo mais,
porque o que temos não chega,
ou simplesmente porque fica bem.
 
As ambições e as esperanças mudam.
Com os acontecimentos ou com a ocasião.
Adaptam-se à realidade actual
de uma forma mais ou menos coerente.
Anulam-se na sua multiplicidade
para dar lugar a algo mais ou ao vazio.
 
Quanto aos sonhos,
só nós podemos escolher...
se queremos vivê-los,
ou deixá-los morrer.
 
 
Feliz Natal

A noite cai sobre a cidade

Percorro o rio com o olhar.
Barcos parados nas margens, abandonados,
abrigos improvisados para os que nada têm.

Os reflexos iluminam ainda as águas calmas
parcialmente cobertas pela névoa nocturna.

À medida que o crepúsculo toma posse das formas,
as ruas tornam-se desertas
e os sons e os ruídos dão lugar ao silêncio.

Silêncio que nos envolve em cada recanto.

Sou diferente.
Vejo para além daquilo que é mostrado,
para além daquilo que as sombras escondem da luz.

Abraço o silêncio e o frio da noite,
observo as pessoas que passam,
apressadas para chegar a lado nenhum.
Correm sem objectivo.
Perdidas, perseguem as sombras de todos aqueles
que se foram embora.

Regresso a casa. Sozinho.
A noite demora a passar,
em câmara lenta, como se viesse para ficar.

Sento-me nos degraus frios de pedra.
Não sou capaz de entrar.
Fico ali. Sentado. Inanimado.
Até o Sol nascer.
E trazer com ele um novo dia...
Uma nova esperança.

Dreaming

No,
you don't know the one who dreams of you at night,
and longs to kiss your lips,
and longs to hold you tight...

author unknown

Despedida I

 
Fechei a última caixa de cartão.
É estranho ver os restos de uma vida,
fechados em meia dúzia de pequenas caixas de cartão.
Então é isto que sobra,
depois de tudo o que fizémos,
depois de tudo o que vivemos.
Apenas alguns trastes empoeirados
acumulados ao longo do tempo.
 
Olho à minha volta.
Nada mais do que paredes brancas e nuas,
gastas pelo tempo.
Fecho a porta atrás de mim, pela última vez.
Avanço pelo corredor, sem me virar.
Não quero recordar aquela casa assim, vazia.
Não quero recordar aquela casa,
porque o passado vive ali.
 
 

Final Destination

 
Parei... à porta do deserto.
 
Tenho medo de entrar.
Tenho medo do vazio que possa encontrar.
Espreito, a medo, com a insegurança própria de uma criança.
 
Alguém me espera do outro lado.
Sentada, calmamente, fitando o horizonte.
 
Aproximei-me ainda sem saber o que esperar.
Daquele local... daquela pessoa que me esperava,
sem pressas, como se tivesse passado toda a vida
à espera de alguém, à espera de mim.
 
- Vem - disse ela estendendo-me a mão -
não precisas de ter medo.
 
Não hesitei. Algo nela exalava confiança.
Aceitei. Agarrei a mão estendida com todas as forças.
 
Começámos a andar, em direcção a lado nenhum.
Deixei-me guiar, sem reservas.
 
- Para onde vamos? - perguntei.
- Depende. Para onde queres ir?
- Não sei. Posso escolher?
- Claro. Tens uma tela em branco à tua frente.
Podes pintá-la da maneira que quiseres.
Mas tens que ser tu a escolher o teu destino.
Depois só tens que desenhar o caminho até lá.
Mas não te preocupes. Eu ajudo-te. - e sorriu.
 
Sentei-me, na areia fina,
aquela que nos seguia desde o inicio da viagem.
Sentei-me para pensar.
 
À minha frente apareceram lápis e tintas.
Imensas e de todas as cores.
E comecei a pintar.
 
O futuro começa aqui.
O futuro começa agora.
 
 

The Ultimate Gift

 
I will change all i have
for a friend.
 
I will give up everything
for a dream,
for the last perfect day,
for the ultimate gift.
 
I will forget everyone
for You...

Older

Hoje sou pequenino.
Pequenino como já fui, uma e outra vez.

Volto a ser um rapazito loiro com caracóis,
perdido no jardim dos sonhos.
Revisito aquele local mágico
onde podia brincar,
sem preocupações ou hesitações.
Volto a ser criança.
Reencontro amigos,
reais e imaginários.
Partilho brincadeiras
Num misto de imaginação e fantasia.
Quero continuar aqui.
Assim, sempre, livre.

Imune à passagem do tempo.
Continuar a ser apenas aquele rapazito loiro com caracóis.
Amanhã será um novo dia.
A realidade virá assumir o seu lugar
e roubar novamente a infância.
Mas hoje volto a renascer.
Porque hoje sou pequenino…
… mais uma vez.


 

Esquecimento

Acabou o verão.
Os dias, encolhem-se progressivamente,
a adivinhar o frio que aí vem.
As nuvens, essas, reúnem-se...
decididas a esconder o Sol,
decididas a trazer a chuva.
 
Os tapetes de folhas circundam as árvores.
Vermelhos e castanhos incendeiam as ruas e os campos.
 
Vagueio pela cidade.
Sem rumo.
 
Estou cansado.
Cansado de andar.
Cansado de olhar.
Cansado de viver.
 
Paro em frente a uma porta grande e ferrugenta.
Parece que esteve sempre ali.
Que a cidade cresceu em seu redor.
Não me lembro de já a ter esquecido.
 
Está fechada mas pede-me para entrar.
Entrevejo, por entre as grades, que já não há nada para guardar.
Entro e encontro um jardim esquecido.
 
A sua beleza desapareceu.
Foi abandonado...
pelas crianças que já não sabem brincar,
e pelos velhos que, perdidos na idade dos tempos, já não o conseguem encontrar.
 
Também ele se cansou de viver.
 
Sento-me num banco, perdido no espaço e no tempo.
Sozinho no meio da imensidão,
De espaço rodeado por muros,
De árvores caídas no esquecimento.
 
Fico aqui, estático, parado.
Parado no olhar.
Parado a pensar.
 
O tempo passou por aqui e não quis ficar.
Continuou o seu caminho.
A porta expulsou-o e não voltou a deixá-lo entrar.
 
E eu aqui fiquei...
...à espera que um dia o tempo voltasse, para me levar.
 

A Despedida


Uma organização é composta por inúmeras partes. Físicas e Abstractas.

De entre os elementos que compõem a parte física destacam-se as pessoas.

Mas só algumas. Porque as outras passam sem deixar marcas.

E essas, as que se destacam e ficam na memória, deixam saudade

quando partem para novos desafios.


Para quem fica, nada voltará a ser igual:

Porque não se pode substituir um amigo.

Porque a cadeira irá permanecer vazia, ainda que ocupada.

Porque as marcas deixadas já não podem ser esquecidas… ou apagadas.


Mas a vida continua, em rectas quase paralelas que não se chegam a tocar

e a distância física que nos separa não é suficiente para as afastar.


Esta despedida não é um "Adeus"…

…é um "Até já".


Para a minha colega e amiga Teresa Borges,

no início de uma nova etapa da sua vida.

O Farol

As ondas rebentavam nas rochas.
Algumas, as mais persistentes, conseguíam entrar na baía
e tocar levemente os poucos barcos que aí descansavam.
A praia vazia espreguiçava-se ao sol da manhã e
as palmeiras projectavam as suas sombras pela areia.

Numa elevação, a pousada abandonada resistia com dificuldade ao passar dos anos e das intempéries.
Sentia-se triste e vazia. Os caminhos deixaram de passar por ali.

Só o farol permanecia imperturbável, lá no alto dos rochedos, sozinho.
Podia ter ido embora, como todos os que abandonaram a baía.
Mas escolheu ficar. Achava que o seu trabalho era demasiado importante:
Iluminar o caminho, avisar quem por ali passava para ter cuidado e não afundar.

E mesmo depois de todos o terem abandonado, ele ali ficou,
de pé, a observar o mar.



The life and death of a small fish

Vou contar-vos a minha história.
Chamo-me Aquae.
Nasci num aquário.
Pequeno e apertado.
Rodeado por milhões de outros pequenos peixes que, presumo, fossem meus irmãos.
Nem todos sobreviveram pela adversidade do meio.
Acho que tive sorte...
Fui transferido para uma loja, assim que aprendi a nadar.
Até nem era assim tão mau.
A nossa "casa" estava sempre em condições e tínhamos comida suficiente.
É uma das vantagens da competitividade empresarial: para se poder vender a mercadoria tem que estar em boas condições.
O grande dia chegou, finalmente.
O meu novo dono tinha apenas cinco anos.
Para mim é muito tempo mas para os humanos parece que não, como vão ver a seguir.
Depois de ter passado por todos os aquários, e depois de ter visto todos os outros peixes, escolheu-me a mim....
Fiquei orgulhoso, claro. Mesmo sem saber o porquê de ter sido escolhido. Mas isso não interessava. Estava feliz. Por ser o escolhido e por mudar.
Fui levado num saco de plástico cheio de água. Uma viagem arriscada e um tanto ou quanto atribulada.
Mas o sonho de uma vida melhor deu-me forças para aguentar a viagem.
Já em casa colocaram-me num belo aquário, amplo e com várias decorações. Luzes adequadas, temperatura controlada e um tubo de onde saíam bolhas de ar. Não sabia para que servia mas devia ter algum propósito (na loja também havia um).
A vida corria bem.
Tinha muito espaço para "andar", alguns esconderijos para brincar e a alimentação estava também assegurada. Talvez, se tivesse alguém com quem brincar.... mas não me podia queixar.
Algum tempo depois acho que deixei de ter interesse. O meu dono deixou de olhar para o aquário e deixou de tratar de mim. A água começou a ficar mais escura. Os filtros deixaram de ser limpos e substituídos. A comida chegava apenas a largos intervalos de tempo o que me obrigava a ficar vários dias sem comer. E aquele tubo de onde saíam as bolhas de ar... deixou de funcionar. Agora percebo para que servia. Sem ele a água perde o oxigénio que me permite "respirar".

Pensei em fugir. Analisei todas as hipóteses possíveis. Mas não havia fuga possível. E um pequeno peixe como eu nunca conseguiria sobreviver lá fora, num mundo que nunca foi o meu.
Agora, que estou à beira do fim, gostaria de agradecer ao meu dono, pelas boas condições que me proporcionou, ainda que por pouco tempo.
Não sei se a minha história alguma vez será lida. Não sei se terá algum impacto nos donos dos meus irmãos, espalhados pelo mundo.
Independentemente disso, nessa altura já não estarei entre vós. Mas espero que esta história, a minha história, sirva para tornar melhor a vida dos outros...
...e que todos possam aprender com ela.

A conclusão pode ser lida aqui.


Chuva Nocturna

A cidade espreguiça-se.

O sol já espreita, semi-escondido entre as nuvens.

 

A noite afasta-se, preguiçosa,

levando com ela a chuva e algumas nuvens mais teimosas

 

O casario desordenado que se estende pelas colinas

parece renascer com a luz do dia.

As fachadas lavadas pela chuva da noite

reflectem-se orgulhosas nas poças de água

que insistem em salpicar as ruas.

 

Mas a cidade chora. Lágrimas de uma noite de chuva.

Lágrimas que ainda escorrem da cidade para o rio,

que se arrasta, ao fundo, lentamente, em direcção ao mar

 

Um pouco mais acima, uma estátua perdida no tempo, abriga alguns pombos que em tempos guardavam a cidade, observando lá do alto toda a azáfama de pessoas e outros seres que se desenrolava dia após dia.

 

Essa estátua, perdida no tempo, observa atentamente, na esperança de poder voltar a ver toda essa vida na cidade.

 

Mas a cidade morreu.

Já ninguém percorre as suas ruas.

Ninguém olha pelas suas casas.

Ninguém vagueia pelos seus jardins.

 

E os pombos, velhos e abandonados, não podem fazer mais que guardar a estátua, fazendo-lhe companhia agora que ninguém a vem contemplar.

 

E mesmo sem chover… a cidade continuará a chorar.

E as suas lágrimas vão continuar a alimentar esse rio.

O tal que continua, lentamente, a levar essas lágrimas para o mar.

 

 

Where do you go when you're lonely

Para onde vais...
Quando te sentes só,
Quando te apetece chorar,
Quando não consegues olhar o mundo?
 
Quando os olhos não encontram quem procuram,
Quando falas e ninguém te ouve?
 
Para onde vais...
Quando a tristeza te abraça,
Quando os dias teimam em não passar,
Quando as noites não conseguem ajudar....
... a esquecer?
 
Para onde vais...?
 
Ensina-me o caminho para esse lugar longínquo e distante.
Para que possa estar lá, contigo,
Para que nunca mais te sintas só.
Para que te possa abraçar, e confortar.
 

Angel

És tu o anjo,
que me guia pela sombra,
que me empresta as asas
e me faz voar.
 
És tu o anjo,
que me acompanha,
que me ilumina,
que eu quero amar.
 
Para sempre.
 
 
Lamb - Gabriel
I can fly
but I want his wings
i can shine even in the darkness
but I crave the light that he brings
revel in the songs that he sings
my angel gabriel

i can love
but I need his heart
i am strong even on my own
but from him I never want to part
he's been there since the very start
my angel gabriel

bless the day he came to be
angel's wings carried him to me
heavenly
i can fly
but I want his wings
i can shine even in the darkness
but I crave the light that he brings
revel in the songs that he sings
my angel gabriel
 
 

Gestos

Não gosto de palavras.
Que mentem, enganam, subjugam.
Nem gosto de falar.
 
Prefiro interpretar.
Tentar comunicar,
Com gestos imperceptíveis.
Com expressões que não conseguem atraiçoar.
 
 

Grito

Gritamos para nos fazermos ouvir.
Gritamos, acima do silêncio ensurdecedor,
Para nos fazermos compreender.
 
Não deveria ser necessário gritar.
Nem sequer falar.
 
Tudo pode ser dito com um gesto ou um simples olhar.
Mas quando se perde a capacidade de ouvir,
Quando se perde a capacidade de compreender e interpretar...
 
Só nos resta... gritar.
 
 

Retoques a Pincel

Fico sempre com a sensação que o mundo foi criado,
pintado com um rolo enorme que cobriu todas as coisas.
 
Escondeu defeitos e virtudes.
Ocultou necessidades e excessos.
Dissimulou mentiras e verdades.
 
A realidade, cinzenta e difusa,
apenas a vamos descobrindo à medida que vamos avançando.
Devagar, à custa de muitos erros e decepções.
 
Por vezes penso que seria bom ter um pequeno pincel.
Que permitisse retocar a realidade.
Adequa-la à nossa vontade.
Moldar o mundo à nossa imagem.
Acabar com as imperfeições da sociedade.
 
Esse pincel provavelmente existe dentro de cada um de nós.
Só falta aprender a pintar.
 

Guardador de Rebanhos

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

in Alberto Caeiro - O Guardador de Rebanhos


Eu...
Não guardo rebanhos.
Não vagueio sozinho pelos montes,
acompanhado pela compreensão da Natureza.
Apenas sinto a realidade.
Em toda a sua plenitude.
Mesmo que seja apenas em pensamentos.
Mesmo que seja apenas por momentos.
...
E, por vezes, sou feliz.

Friends Forever

Estou aqui.
Para ti.
Para sempre.
Incondicionalmente.

Rihanna - Umbrella

(...)
You had my heart.
And we'll never be world apart.
(...)
When the sun shines, we'll shine together.
Told you I'll be here forever.
Said I'll always be your friend.
So Come On, Out stick it out till the end.
Now it's raining more than ever.
Know that we'll still have each other.
You can stand under my umbrella.
You can stand under my umbrella.
(...)

Polo Norte - Pele

Sinto cada uma das frases:
O teu mundo fechado,
O silêncio da tua voz,
A impossibilidade de te decifrar.
Só não escrevi na tua pele,
Porque te escondeste,
Porque não me deixaste.
Vou continuar a fazer de conta que está tudo bem.
Vou continuar à tua procura.
 
Beijinhos Fofos.
 
 
Polo Norte - Pele
 
Fechaste as portas do teu mundo,
na esperança de ele se encontrar,
vais contando o tempo quase ao segundo,
parece não querer passar,

Faz de conta que está tudo bem,
e andas ás voltas quando estás a sós;
gritos mudos que só tu entendes,
o profundo silêncio que é a tua voz.

Não precisas de te esconder,
ninguém te vai encontrar,
o que está escrito na tua pele,
só tu para o decifrar,

Num quadro teu, traço a pincel,
a história da tua vida,
escrita, sentida, tatuada na pele.
Quem lá, escreveu, com a tua permissão,
Nem sequer, nem sequer percebeu,
e perdeu, passou-lhe a pele por entre as mãos.
 

Obrigado

Obrigado
Pela tua presença
Pela tua companhia
Pelo teu sorriso
Pela tua força

Obrigado
Por me ouvires
Por confiares em mim

Obrigado
Pela tua amizade
Por tudo o que me ensinaste.

Contigo
Aprendi a ver o mundo de maneira diferente
Aprendi a pensar de outra forma
Aprendi a reparar nos detalhes
e a dar importância às coisas até então insignificantes.

Contigo aprendi a sonhar e a acreditar.
Contigo... renasci.

Os homens também choram

Não conheço nenhum que o admita.
Pelo menos abertamente.
Também nunca vi nenhum que o exteriorizasse.
Mas choram.
Por dentro.
Silenciosamente.

Não gostam de o demonstrar.
Com vergonha ou receio
das opiniões e comentários de terceiros.

Eu...
Eu emociono-me com algumas banalidades,
com as opiniões das crianças,
com pensamentos profundos,
com pequenos grandes gestos,
com a dor dos amigos.

Talvez nunca o tenha exteriorizado.
Porque sou assim... pouco expressivo.
Porque construí uma muralha à minha volta.
Porque quero parecer forte para poder ajudar.

Mas para quem ainda tinha dúvidas...
Sim...
Os homens também choram.

Sou como sou

Sou como sou.
Não sou perfeito.
Acho que ninguém é, por mais que tente.
Também não tenciono ser.
Sempre achei que eram as nossas pequenas
imperfeições que nos tornavam únicos, distintos.

Não me considero bonito ou atraente.
Mas também conheço muito poucas pessoas
que se olham ao espelho e gostam do que vêem.
Acho que está na essência do ser humano
ser um eterno insatisfeito.

Pessoalmente gosto de funcionar como força de oposição.
Fazer com que as pessoas apreciem aquilo que têm de bom e
desvalorizem aquilo que considerem menos positivo.
Acho que até hoje ainda não consegui ter muito sucesso.
Nem comigo nem com os outros.
Mas como não gosto de desistir, vou continuar a tentar.

Sou honesto.
Gosto de pessoas directas, sinceras, sociáveis e com sentido de humor.
Detesto gente hipócrita e cínica.

Há alguns dias um amigo dizia-me que "existe uma tampa para cada tacho".
Vou continuar à procura da minha...

O medo (é fruto da nossa imaginação)

Todos nós temos medo de alguma coisa.
Daquilo que não compreendemos, daquilo que nos intimida,
de tudo o que nos faz frente.

Não tenho medo de muitas coisas.
Já tive, mas o tempo ajudou-me a superar.
Penso que à medida que ele vai passando (o tempo, claro)
as interacções sociais e a aprendizagem
vão fazendo com que se superem e esqueçam os
medos que começam na infância.

No entanto os que ainda tenho deixam-me fragilizado.
Não sei se será a palavra certa mas é como me sinto.
Incapaz de reagir em determinadas situações
por medo das consequências mas, principalmente,
das reacções de algumas pessoas.

E não gosto de me sentir assim.
Se me perguntarem se já fiz alguma coisa
para contornar esta situação
vou ter que responder que não.

Vou apenas adiando as minhas decisões.
Por medo.

Há alguns dias, em conversa com uma amiga muito especial,
ela dizia-me que eu não deixava transparecer aquilo que sentia.
Que independentemente daquilo que estava a sentir me mostrava
sempre aparentemente imperturbável. Não se conseguia perceber
se estava triste ou alegre, com ou sem problemas....

É um dos meus erros, mas sou assim porque não gosto
de "partilhar" os meus problemas com os outros.
E ao longo dos anos fui aprendendo a gerir o meu mundo,
sem a interferência de terceiros e sem deixar transparecer os meus problemas.

Ganhei e perdi ao fazê-lo.

Ganhei autonomia e capacidade para resolver as coisas sozinho.
Ganhei porque deixei de ter medo de algumas coisas que me intimidavam.

Mas também perdi...
Perdi a possibilidade de aprender com outras pessoas
(porque duas cabeças pensam melhor que uma e as experiências
combinadas podem dar resultados muito melhores).
Perdi a capacidade de partilhar momentos e situações.
Provavelmente perdi mais que aquilo que ganhei.

O conselho que deixo, baseado na minha parca experiência,
é que devemos partilhar, pelo menos com algumas pessoas,
os nossos medos e receios. Por vezes é bom ter o apoio de
alguém para superar aquelas etapas mais difíceis.

Fazê-lo sozinho é perder parte da nossa experiência de vida.

Desejo

Andava à procura de palavras para descrever o que sinto ... e encontrei.

Desejo ver-te,
todo o tempo que estou contigo parece-me tão pouco e tudo o que tenho para te dizer nunca sai.
Desejo sentir o cheiro do teu perfume, ouvir o som da tua voz.
Desejo sentir os meus braços ao redor do teu corpo num longo abraço,
Desejo beijar a tua boca.
Desejo-te...

Publicado por: Ana Claudia (aninhaleal.blogspot.com)

EZSpecial - Sei que sabes que sim

Para dedicar a duas amigas muito especiais... ;)

Sei que sabes que sim
E que para mim
És o mundo lá fora
Não há nada a fazer
Nem nada a dizer
Aqui e agora

Deixa à volta o mundo
Vai ser o que o tempo entender
Nem tu tens de o dizer
Só tens de o sentir
Se Sabes que Sim
e que para mim
És o mundo lá fora

Olha para mim
Se estiveres a fim
Falamos depois
A qualquer hora

Olha para mim
Tudo tem um fim
Vemo-nos depois

Sei que és parte de mim
Estarás sempre aqui
Sei que não demoras
Não há nada a fazer
Nem nada a dizer
Aqui e agora

Deixa à volta o mundo
Vai ser o que o tempo entender
Nem tu tens de o dizer
Só tens de o sentir
Se Sabes que Sim
e que para mim
És o mundo lá fora

Olha para mim
Se estiveres a fim
Falamos depois
A qualquer hora

Olha para mim
Tudo tem um fim
Vemo-nos depois

Olha para mim
Se estiveres a fim
Falamos depois
A qualquer hora

Olha para mim
Tudo tem um fim
Vemo-nos depois
Vemo-nos depois

Chorei...

Fui invadido por uma profunda tristeza.
Noites passadas sem dormir,
Dias de tortura sem fim.

Pensei que pudesse estar errado,
Pensei que não tivesse que ser assim.

Mas a verdade nem sempre é fácil.

Quando soube,
Apesar de nunca te ter tido,
Chorei...

Chorei porque te perdi.

Gosto de ti

Gosto de ti.
Porque és querida e meiga ...
... divertida e atenciosa ...
... inteligente e teimosa.

Gosto de ti porque gosto.
Gosto de ti porque sim.

Andre Sardet - Feitiço

Eu gostava de olhar para ti
E dizer-te que és uma luz
Que me acende a noite
me guia de dia e seduz

Eu gostava de ser como tu
Não ter asas e poder voar
ter o céu como fundo
ir ao fim do mundo e voltar

Eu não sei o que me aconteceu
Foi feitiço!
O que é que me deu?
para gostar tanto assim
de alguém como tu

Eu gostava que olhasses para mim
E sentisses que sou o teu mar
Mergulhasses sem medo
Um olhar em segredo
Só para eu te abraçar

Eu não sei o que me aconteceu
Foi feitiço!
O que é que me deu?
para gostar tanto assim
de alguém como tu

O primeiro impulso é sempre o mais justo
É mais verdadeiro
E o primeiro susto
Dá voltas e voltas
Na volta redonda de um beijo profundo

Eu... Eu não sei o que me aconteceu
Foi feitiço!
O que é que me deu?
para gostar tanto assim
de alguém como tu

Eu não sei o que me aconteceu
Foi feitiço!
O que é que me deu?
para gostar tanto assim
de alguém como tu


Esta letra é dedicada à minha amiga Joaninha ;)
Muitos Beijinhos

Mensagem de Natal

Aqui fica a melhor mensagem de Natal que recebi e que dedico a todos os meus amigos:

Este ano pedi ao Pai Natal que, no lugar de prendas, me desse apenas bons amigos. Portanto se aparecer por aí um velhote de vermelho e barbas brancas a querer embrulhar-te .... colabora por favor.

ATB - Black Nights

Black night, white lights
Your eyes amplify
Like a heartbeat
On the downbeat, lover

Black night, white lights
On the B-side
I found what I was after

Black night, white lights
You're so crazy nice
Like a small town
Filled with skyscrapers

Black night, white lights
So divine
Take me downtown, be my saviour

And the whole world is you
On this black night
Make everything come true
Under white light

You're on my radar, on my radar
With your designer love
Before things get much crazier
There's something you should know

You're on my radar, on my radar
With your designer love
Sometimes when I watch you sleep
I think I made you up

...

Black night, white lights
Your hands locked in mine
Like a chain link
Sealing the exit

Black night, white lights
R.G.B.Y.,
this photo says "I'm taken"

...

Tonight, Tonight

O Rio

Leva-me.
Numa viagem sem fim.
Para além das margens e das montanhas.
Para além da imaginação e dos sentimentos.
Debruço-me sobre a água espelhada e observo:
Os reflexos do tempo que insiste em não parar,
Sonhos abandonados,
Oportunidades que não vão voltar.

Mergulho na solidão e deixo-me levar.
Perco-me na sua imensidão.

Entrego-me.
A esse rio profundo e eterno.
Entrego-me para sonhar.

Abstracto

Sobrepõe-se à realidade.
Difusa, confusa.
Pintura surreal que me invade.
Manhãs que acordam cinzentas, preguiçosas.

Lentamente, avanço pela multidão que me absorve.
Passos perdidos na solidão.
Gente distante e ausente com que nos cruzamos.
Semblantes carregados,
Confusão de sentimentos,
Objectivos dispersos.

Abruptamente páro.
Tento interpretar e não consigo.
Tento situar-me e não sou capaz.
Vidas sem rumo que me arrastam.
Ruas perdidas que se afastam.
Abstracções que se apoderam de mim.

Afasto-me.
Afasto-me,
Para não me perder.
Afasto-me,
Para me encontrar.
Para me definir.

Momentos

Momentos que não se esquecem.
Que se recordam.
Que se renovam.
Momentos onde não existe passado nem futuro.
Apenas o presente.
Vivido a cada momento.
Intensamente.
Sem pressa.
Junto de quem gostamos.

Sentir

Sinto

O calor sufocante de um dia de Verão.
A brisa do mar, refrescante, distante.
A chuva que cai sem ser anunciada.
O frio, incompatível com o meu ser.
Sinto... fisicamente.

Mas também sinto...
Solidão.
A casa deserta.
Ruas vazias.
Estradas perdidas.
Esplanadas distantes que murmuram momentos.
A presença ausente daqueles que gostamos.
O silêncio ensurdecedor do abandono.

Sinto-me só no meio da multidão.
Mas sinto.



Afasto os pensamentos.
Enfrento os medos.
Saio da escuridão.
Deixo a casa vazia.
Procuro refúgio.
Tento esquecer mas não consigo.
Grito. Desesperado. Sem resposta desfaleço.
Desisto.
Adormeço... para não mais acordar.
Durmo. Profundamente e sem destino.
Esqueço. Perco a memória do futuro.
E sonho. Contigo, alucinação distante que me completa.
Sinto o frio que me abraça, desconcertante.
Perco-me. Entrego-me, definitivamente, cegamente.
Olho para trás. Não me viro. Tento recordar.
Perdi. Tempo e Oportunidade.
Tento voltar mas não consigo.
E morro. Por dentro.

Sinto-me só...
...no meio da multidão.