Já não há luz... ao fundo do túnel

Somos a nação dos desajustados e incompreendidos....

Refiro-me aos políticos... dejasustados da realidade de um país asfixiado e sem nenhuma garrafa de oxigénio à vista... e incompreendidos porque estão apenas a apresentar a sua versão daquilo que é a austeridade, aquela que não se aplica a eles e que vai servindo os interesses daqueles que detêm o capital e vão puxando os cordelinhos das marionetas e encaixando muitos proveitos com a desgraça de uns miseros e miseráveis 10 milhões de pessoas que se vão deixando levar pacificamente ao sabor das correntes oceânicas que nos vão levando aos poucos a independência e a autonomia e que nos deixam mirrados e cheios de sede com um oceano de oportunidades aos nossos pés.

Neste momento, e falo em nome de muitos mais e não apenas da minha insignificante pessoa, sinto-me como se estivesse num túnel... daqueles túneis ferroviários esquecidos numa das linhas desactivadas pela incompetência e ganância de gestores bem pagos... esse túnel foi construído em tempos que a mão-de-obra era nossa, e que a troco de alguns trocos e de promessas de globalização se iam construindo... diziam que ligava o interior ao litoral e servia para escoar a produção e aproximar as pessoas. O que é certo é que hoje ainda existem pessoas que ficaram esquecidas do outro lado do túnel e nunca chegaram a ver o progresso e as promessas que estavam deste lado.

E mesmo que entrem nesse buraco escuro e frio onde outrora passavam as máquinas do progresso já não conseguem visualizar a luz... aquela que brilhava ao fundo e nos permitia caminhar, caminhar muito, mas que prometia algo, o atingir de um objectivo. Hoje o túnel existe, mais comprido, igualmente escuro e frio, mas sem luz. E por mais que se caminhe e tropece em carris tortos e travessas apodrecidas de progressos passados, parece sempre que vamos para lado nenhum. E sem uma meta, ou uma luz que nos sirva de guia lá bem ao fundo, vamos acabar por caminhar sem destino e eventualmente morrer. Tristes e sós na escuridão. Espero que no dia em que a luz se voltar a acender ou o sol se erguer e iluminar a saída já esquecida ainda restem alguns de nós capazes de caminhar.


 


Imagem retirada daqui.

Sem comentários: